Os
marcadores tumorais (ou marcadores biológicos) são macromoléculas presentes no
tumor, no sangue ou em outros líquidos biológicos, cujo aparecimento e ou
alterações em suas concentrações estão relacionados com a gênese e o
crescimento de células neoplásicas. Tais substâncias funcionam como indicadores
da presença de câncer, e podem ser produzidas diretamente pelo tumor ou pelo
organismo, em resposta à presença do tumor. Os marcadores tumorais, em sua
maioria, são proteínas ou pedaços de proteínas, incluindo antígenos de
superfície celular, proteínas citoplasmáticas, enzimas e hormônios. Esses
marcadores podem ser úteis no manejo clínico dos pacientes com câncer,
auxiliando nos processos de diagnóstico, estadiamento, avaliação de resposta
terapêutica, detecção de recidivas e prognóstico, além de auxiliar no
desenvolvimento de novas modalidades de tratamento.
Entre os principais
marcadores tumorais estão:
- AFP (alfafetoproteína): A AFP pode ajudar a diagnosticar e orientar
o tratamento de câncer de fígado. Os níveis normais de AFP são geralmente
menores a 10 ng/ml. Os níveis da AFP estão aumentados na maioria dos pacientes
com câncer hepático. A AFP também pode estar elevada na hepatite aguda e
crônica, mas raramente acima de 100 ng/mL nestas doenças.
- BTA (antígeno tumoral da bexiga): O BTA é encontrado na urina de
muitos pacientes com câncer de bexiga. Pode aparecer como a manifestação de
algumas condições não cancerígenas, como cálculos renais ou infecções do trato
urinário
- CA 125: CA 125 é o marcador tumoral padrão usado para acompanhar as
mulheres durante ou após o tratamento do câncer epitelial de ovário.
Os níveis sanguíneos normais
são normalmente inferiores a 35 U/ml. Mais de 90% das mulheres com câncer de
ovário avançado apresentam altos níveis de CA 125.
Os níveis desse marcador
também podem ser elevados em homens e mulheres com câncer de pulmão, pâncreas,
mama, fígado e cólon, e em pessoas que já tiveram câncer.
- CA 15.3: O marcador tumoral CA 15-3 é usado principalmente em
pacientes com câncer de mama. Níveis sanguíneos elevados são encontrados em
cerca de 10% dos pacientes com doença inicial e em cerca de 70% dos pacientes
com doença avançada.
O valor normal é geralmente
inferior a 30 U/ml, dependendo do laboratório. Mas, valores da ordem de 100
U/mL podem ser observados em mulheres que não têm câncer. Níveis deste marcador
também podem estar elevados em outros tipos de câncer, como o de pulmão, cólon,
pâncreas e ovário.
- CA 19.9: O marcador tumoral CA 19-9 foi desenvolvido para a
detecção do câncer colorretal, mas é mais frequentemente usado em pacientes com
câncer de pâncreas. Na doença inicial, o nível pode ser normal, por isso não é
um bom marcador para triagem. Ainda assim, é o melhor marcador tumoral para
acompanhamento de pacientes com câncer de pâncreas.
O CA 19-9
pode estar aumentado em outros tipos de câncer do trato digestivo, como no
câncer de estômago e de vias biliares, e, em algumas condições benignas, como
doenças da tireoide, artrite reumatoide, doença inflamatória intestinal e
pancreatite.
- CA 27.29: O CA 27-29 é outro marcador que pode ser utilizado para o
acompanhamento de pacientes com câncer de mama, durante ou após o tratamento.
Embora seja um exame mais moderno que o CA 15-3, não é superior na detecção da
doença inicial ou avançada. E não se encontra aumentado em todas as pacientes
com câncer de mama.
- Calcitonina: A calcitonina é um hormônio produzido pelas células
parafoliculares C da glândula tireoide, que normalmente ajuda a regular os
níveis de cálcio no sangue. Os valores de calcitonina normais devem estar
abaixo 5 a 12 pg/mL. No carcinoma medular da tireoide (MTC), um tipo raro de
câncer que começa nas células parafoliculares C, os níveis sanguíneos deste
hormônio são frequentemente superiores a 100 pg/ml.
Este é um dos marcadores
tumorais raros, que pode ser usado para ajudar a detectar o câncer
precocemente. Como o MTC é muitas vezes herdado, a calcitonina no sangue pode
ser medida para detectar o câncer em estágio inicial em membros da família que
se sabe estar em risco.
- CEA (antígeno carcinoembrionário): O CEA não é usado para
diagnosticar ou detectar o câncer de intestino, mas é o marcador de tumor
preferido para ajudar a prever o prognóstico em pacientes com câncer
colorretal.
Os valores
normais variam de laboratório para laboratório, e os fumantes costumam ter
níveis mais altos. Mas, mesmo em tabagistas, valores maiores do que 5,5 ng/ml
não são normais. Quanto maior o valor de CEA no momento do diagnóstico
significa probabilidade de doença avançada.
O CEA é
também o marcador padrão utilizado para o acompanhamento de pacientes com
câncer colorretal, durante e após o tratamento. Desta forma, os níveis de CEA
são utilizados para monitorar a resposta terapêutica e detecção precoce de uma
recidiva após o tratamento.
- LDH (desidrogenase lática): O LDH é utilizado como marcador tumoral
para o câncer de testículo e outros tumores de células germinativas. Não é tão
útil como o AFP e o HCG para o diagnóstico, pois se eleva com muitas outras
condições além do câncer, incluindo problemas no sangue e fígado. Ainda assim,
os níveis aumentados de LDH não mostram um bom prognóstico de sobrevida. Os
níveis de LDH, também são utilizados para monitorar a resposta ao tratamento e
a detecção de uma recidiva.
- PSA (antígeno prostático específico): O PSA é um marcador
tumoral para o câncer de próstata. O nível de PSA no sangue pode estar elevado
no câncer de próstata, mas também pode ser afetado por outras razões. Homens
com hiperplasia prostática benigna, um crescimento benigno da próstata,
frequentemente têm níveis mais elevados. O nível de PSA também tende a ser
maior em homens mais velhos e aqueles com próstatas infeccionadas ou
inflamadas. Ele também pode estar elevado um dia ou dois após a ejaculação.
-PAP (Fosfatase Ácida Prostática): O PAP foi o primeiro marcador
tumoral usado no câncer de próstata. Este marcador possui limitações, pois
costuma se apresentar elevado apenas nos estágios mais avançados da doença, não
sendo por isso, de muita utilidade nos estágios iniciais. Após o surgimento do
PSA como marcador para o câncer de próstata, o PAP caiu em desuso.
- ß-HCG (gonadotrofina coriônica humana): Os níveis de HCG ou
beta-HCG ou β-HCG no sangue estão aumentados em pacientes com alguns tipos de
câncer de testículo e ovário (tumores de células germinativas) e doença
trofoblástica gestacional, principalmente coriocarcinoma. Eles também estão
aumentados em alguns pacientes com tumores de células germinativas do
mediastino. Os níveis de HCG podem ser usados no diagnóstico, para monitorar a
resposta ao tratamento e para detectar precocemente uma recidiva.
É difícil
definir o valor normal HCG porque existem diferentes maneiras de avaliar este
marcador e cada um tem o seu próprio parâmetro.
- Tireoglobulina: A tireoglobulina é uma proteína produzida pela
glândula tireoide. Os níveis sanguíneos normais dependem da idade e sexo da
pessoa. Os níveis da tireoglobulina se apresentam elevados em muitas doenças da
tireoide, incluindo algumas formas comuns de câncer da tireoide.
Os níveis de tireoglobulina
no sangue devem cair para níveis indetectáveis após o tratamento de um câncer
da tireoide. Um aumento no nível da tireoglobulina após o tratamento pode
significar uma recidiva.
O sistema imunológico de
algumas pessoas produzem anticorpos contra a tireoglobulina, que podem afetar
os resultados deste exame. Devido a isso, os níveis de anticorpos
antitiroglobulina são frequentemente investigados simultaneamente.
- b2-microglobulina: Os níveis sanguíneos do B2M estão elevados no
mieloma múltiplo, leucemia linfóide crônica e alguns linfomas, incluindo
Macroglobulinemia de Waldenström. Esses níveis também podem estar elevados em
outras condições, como em doenças renais e a hepatite. O B2M é útil no
prognóstico a longo prazo em alguns desses tipos de câncer. O B2M também é
verificado durante o tratamento do mieloma múltiplo e da Macroglobulinemia de
Waldenström para avaliar a resposta terapêutica.
Entretanto,
os marcadores tumorais só raramente são suficientes para indicar a presença de
um câncer. Às vezes, doenças benignas também podem aumentar os níveis de
determinados marcadores tumorais. Por outro lado, nem todas as pessoas com
câncer poderão ter níveis aumentados de um marcador tumoral.
Por essa
razão, a maioria dos médicos usa apenas determinados marcadores tumorais. E
quando avalia o resultado de um marcador tumoral, leva em consideração o
histórico do paciente, exame físico assim como exames de laboratório e de
imagem.
Normalmente,
os marcadores tumorais não são utilizados no diagnóstico do câncer. Na maioria
dos casos, o câncer só pode ser diagnosticado por meio de uma biópsia. Mesmo
assim, os marcadores tumorais ajudam em casos de suspeita de câncer. Os
marcadores tumorais podem ajudar a determinar o local de origem se um tumor já
está disseminado.
Por
exemplo, se uma mulher tem uma suspeita de câncer na região da pelve e abdome,
um resultado elevado do marcador tumoral CA 125 poderá sugerir um câncer de
ovário, mesmo se após a cirurgia não ficar claro que a doença se iniciou nesse
órgão. Isto é importante, pois o tratamento pode ter como objetivo o câncer de
ovário.
Para quaisquer sintomas ou dúvidas sempre procure
seu médico!
Aqui no Platinum você já pode
realizar a dosagem dos principais marcadores tumorais.